Durante quatro dias, 70 jovens participaram, em Brasília, do Seminário Ibero-Americano de Jovens Líderes Indígenas e Afrodescendentes. O objetivo era criar espaços para o intercâmbio e a formação de lideranças entre jovens.
Eles discutiram, durante o evento, as realidades e tendências das juventudes indígenas e afrodescendentes da Ibero-América; os marcos legais, como a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção Ibero-Americana dos Direitos dos Jovens. A atuação internacional e as políticas públicas de juventude com perspectiva étnicorracial também estavam em debate.
Integrante da Articulação Política de Juventude Negra no Brasil, Samouri Barbosa disse acreditar que o encontro será um fator determinante na atuação no jovem negro e indígena na sociedade. Segundo ele, a experiência foi interessante, porque a discussão incluiu jovens de outros países.
“A dificuldade que nós, brasileiros, enfrentamos é também enfrentada por eles. O diálogo tem se ampliado com outras instituições, e discutir com pessoas de outras nacionalidades que possam combater o racismo institucional e demais formas de preconceito é um caminho para o progresso”, afirmou.
Um dos representantes da Coordenação Nacional da Entidade Negra no encontro, José Roque Peixoto, disse que o congresso é uma oportunidade de estender o debate sobre o racismo e procurar formas de minimizar o problema. Para ele, o evento foi uma oportunidade para a definição de planos de ação para a juventude negra, indígena e afrodescendente.
“O próximo passo é fortalecer essa rede e ampliar o debate com outras organizações públicas ou privadas que lidam com essa temática para que se possa avançar nas políticas de promoção de igualdade racial e de inclusão dos povos negros e indígenas da Ibero-América”, concluiu Peixoto.
No encontro também foi discutido o Estatuto da Igualdade Social, encaminhado ao Senado Federal no último dia 3 de outubro. "O estatuto é um avanço no enfrentamento de questões raciais, que muitos dizem não existir, embora a gente ainda perceba o problema da exclusão”, disse Samouri Barbosa.
A expectativa é que, depois de apreciado pelos senadores, o estatuto seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 20, Dia da Consciência Negra, em Salvador.
Fonte: Agência Brasil