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Rede Malária contempla 16 projetos

Para reduzir de forma significativa os números de internações e novos casos até 2011, o programa Rede Malária contemplou 16 projetos, quatro deles do Rio de Janeiro. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira, 1º de outubro, pela diretoria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Parceria que une Ministério da Saúde, CNPq e sete Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) – Amazonas, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Maranhão e São Paulo – a rede, inter-regional e interdisciplinar de pesquisas, é um subprograma temático do Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência (Pronex – Rede Malária) e conta com R$ 15 milhões em recursos, que poderão ser aumentados, para o desenvolvimento de projetos durante os próximos três anos.

No caso dos contemplados do Rio – Claudio Tadeu Daniel Ribeiro, Hugo Caire de C. Faria Neto, Joseli de Oliveira e Maria de Fátima Ferreira da Cruz –, todos são pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde já funciona o Centro de Pesquisas, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPD-Mal), designado pelo Ministério da Saúde como referência para diagnóstico da doença fora da região Amazônica.

Segundo o diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, o programa consolida a atuação da rede que vem sendo formada, com grupos e "braços" atuando em áreas distintas, como diagnóstico, vacina, parte clínica, treinamento de pessoal.

– Tudo isso é importantíssimo, já que significa criar ferramentas para buscar meios de aplicação mais rápida possível, como é o desejável. Por exemplo, conhecendo-se melhor o vetor, se pode combinar e planejar melhor políticas públicas, usar ferramentas tanto do lado do parasita, quanto para o tratamento – diz Jerson Lima.

Para o diretor da Fundação, o programa incentiva o trabalho em rede, buscando projetos cooperativos e promovendo a cooperação de grupos em diferentes especialidades. Segundo Jerson, outro foco da avaliação de propostas para a Rede Malária foi procurar projetos que tivessem resultado dentro de prazos mais reduzidos, para, a partir daí, combinar essas experiências.

– Porque, por mais interessante que seja buscar novos paradigmas, obrigatoriamente se tem que incluir na rede grupos já consolidados, que já estão com métodos bem estabelecidos nos laboratórios. E também é interessante estar em contato com pesquisadores da região Norte, que é onde está o maior índice dos casos, para que os resultados obtidos sejam imediatamente aplicados em diagnósticos e no treinamento de novas lideranças, de novos pesquisadores – diz.

Jerson Lima falou ainda sobre a possibilidade do desenvolvimento de uma vacina.
– Como é causada por protozoário, a malária não é um alvo muito fácil para o desenvolvimento de uma vacina. Já houve vários projetos, fora do Brasil, mas os resultados ficaram muito aquém do esperado, com proteção muito baixa. Por outro lado, a idéia de um projeto de vacina na Fiocruz é bem interessante, porque com Farmanguinhos ali, um bom resultado já significa a possibilidade do projeto entrar direto em produção – explicou.

No geral, Jerson Lima considera que a Rede Malária tem características altamente inovadoras. Estimulado pelas FAPs da região Norte, de onde partiu a iniciativa de criação da rede, vem se conseguindo superar barreiras regionais:

– A Rede Malária procura a complementariedade em vários sentidos, num trabalho conjunto em que todos saem ganhando. Especialmente a região Norte, já que vetor e parasito estão lá. Tudo isso amplia o leque de resultados, bem como a amplitude de seu alcance. Assim, multiplica-se a experiência de cada grupo, tudo tem um efeito sinérgico. Isso é inédito, é uma demanda estimulada que até surpreende – diz Jerson Lima.

Com o desenvolvimento dos projetos, o que se espera: – É a combinação da expertise dos diferentes grupos, de diferentes estados, para que todos os resultados, combinados, tenham efeito em curto prazo. Tudo isso se soma à prevenção e ao planejamento de políticas públicas, porque o objetivo final é chegar a resultados mais rápidos e efetivos, conclui.

 

Fonte: Faperj