Cozinhas apertadas e mal higienizadas, funcionários sem a vestimenta adequada, acendedores de fogão inapropriados, cozinheiros portando barba e refrigeração precária. Estes foram os problemas encontrados pela Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio, presidida pela deputada Alice Tamborindeguy (PSDB), durante blitz feita em 15 restaurantes do Centro da capital, que tinha como objetivo verificar o cumprimento da Lei municipal 2.825/99. A determinação obriga os estabelecimentos que preparam e vendem alimentos na cidade do Rio a fixar uma placa em local visível, informando os usuários que as cozinhas e demais dependências estão abertas à visitação. Durante a vistoria, nesta quinta-feira (13/08), apenas dois estabelecimentos cumpriam todas as determinações. "O papel da comissão também é fiscalizar. Visitamos 15 restaurantes no coração da capital e somente dois estavam de acordo com a lei municipal. Se no Centro do Rio só dois cumprem a lei, imaginem em locais em que a fiscalização não chega", comentou a parlamentar.
Alice anunciou ainda a intenção de adaptar a lei municipal para todo o Estado do Rio de Janeiro, através da apresentação de um projeto de lei na Alerj. A blitz teve o acompanhamento da nutricionista Silvia Moreno, que foi responsável por vistoriar as cozinhas. "Encontramos problemas como recipientes de álcool para o acendimento do fogão, erros de manipulação acentuados, placas de madeira para cortar carne e manipuladores de alimentos sem touca e portando cordões, anéis e usando barba e bigode. Isso tudo é proibido. Sem contar a parte de refrigeração que é inadequada em alguns casos. O risco de contaminação é grande", alertou a nutricionista. A vistoria aconteceu em diversos restaurantes da Cinelândia, entre as ruas Senador Dantas e Evaristo da Veiga. Dos estabelecimentos visitados, seis não possuíam a placa permitindo a visitação às suas cozinhas, dois tinham placas que não estavam sendo utilizadas, quatro tinham placas estavam escondidas e, em um dos casos, a informação estava na porta – local não adequado.
De acordo com a deputada, o maior problema para o cumprimento desta lei é a fiscalização. "É uma questão cultural. Na maioria dos casos, o dono sabe da lei, mas não cumpre. O responsável acha que não vai ser fiscalizado. A placa serve para dar segurança ao consumidor e garantir o direito de verificar como estão preparando sua comida", disse a presidente da comissão. Um dos sócios do restaurante Amarelinho, o empresário José Lorenzo Lemos, acompanhou a vistoria em sua cozinha, admitiu alguns erros e prometeu colocar seu estabelecimento em ordem. "A fiscalização é importante para manter tudo certo no dia-a-dia e ajuda a orientar os donos de restaurantes em algumas coisas que não sabemos. A questão da placa, eu a coloquei no lugar certo e também vou mudar tudo que está errado. O que não estiver de acordo vamos consertar", garantiu Lemos.
A deputada garantiu que o trabalho da comissão não termina apenas com as vistorias. "Agora, um relatório será elaborado e encaminhado à Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, para que os proprietários sejam cobrados por seus erros", explicou Alice. Além disso, a comissão está preparando uma cartilha para orientar como os clientes poderão reconhecer uma cozinha de qualidade que atenda todas as determinações legais. Além do Amarelinho, os bares e restaurantes que não estavam de acordo com as normas legais foram: Health`s Vegetariano, Guloso, Gula-Gula, Linox, Cazuela Grill, Vero Suco, Come Kéto, Bar do Elias, AV-Kwait, Galeto Bicão, Vulcão das Massas e Expresso Grill. Já o Barroso Inn e o Municipal Café seguiam as determinações da lei.
Fonte: Alerj