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Reunião traça projeto social da UPP do Alemão

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, e o presidente do Instituto Pereira Passos, responsável pelo projeto UPP Social, Ricardo Henriques, se reuniram neste sábado com o comandante da Força de Pacificação, general César Leme Justo, para ouvir das lideranças das comunidades do Alemão e da Penha as necessidades mais urgentes para a população.
 
O encontro serve de ponto de partida para o mapeamento dos projetos prioritários, que serão implementados paralelamente à chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que será instalada em março de 2012. A intenção é identificar que serviços chegarão à comunidade além da agenda imediata da prefeitura, que promove serviços de limpeza, coleta de lixo e regularização da iluminação pública, e do Estado, com qualificação profissional e a presença da Defensoria Pública, proporcionando acesso à justiça e mediação de conflitos.
 
Segundo Rodrigo Neves, após a retomada do território e consequente pacificação, é preciso alinhar as políticas públicas, com a ampliação dos investimentos, e desenvolver metodologias de escuta, para, de fato, reintegrar as comunidades à vida da cidade.
 
– O conjunto de investimentos nessa região já é superior a R$1 bilhão, mas para a população, não é suficiente. Vamos continuar investindo, promovendo a inclusão produtiva da juventude, com cursos de qualificação técnica profissional e a geração de empregos, programas de gestão de resíduos. Também vamos inaugurar um Centro de Referência da Juventude (CRJ), ampliar a cobertura dos equipamentos de promoção de direitos humanos, principalmente os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), fundamentais para a inclusão das famílias nos programas de transferência de renda como o Bolsa Família – enumerou o secretário.
 
Para o comandante da força de pacificação, a função principal da reunião é esclarecer aos moradores o objetivo da presença das tropas e promover a integração entre os agentes de segurança e os moradores.
 
– É sempre importante lembrar que estamos aqui para promover o bem estar, manter estrutura de segurança, eliminar a presença de homens armados ostensivamente e, paralelamente, contribuir com as ações de órgãos públicos. A aceitação da força de pacificação por parte da população é de quase 99%. Claro que existe desgaste. A presença diária talvez incomode em algumas situações, mas isso é suplantado com o diálogo para que possamos colaborar na solução de problemas que não os de segurança – frisou o general Leme.
 
O presidente do Instituto Pereira Passos disse que entende a urgência na solução dos problemas mas que o processo tem que ser tratado com planejamento, passo a passo.
 
– O controle territorial armado nos complexos da Penha e do Alemão causou a deficiência da gestão pública, mas, com a pacificação, é possível trazer programas sociais de forma consistente. Não é uma redenção, mas a retomada da responsabilidade pública sobre esses territórios. A prefeitura tem uma agenda de coordenação da política social para as áreas pacificadas. Precisamos ouvi-las e entender que cada complexo de favelas é singular e ajustar as ações – detalhou.
 
Na opinião do presidente do Centro de Desenvolvimento Humano Atitude Social, Antonio Tibúrcio, a retomada de um território como o Complexo da Penha e do Alemão tem que ser pensado como uma emancipação.
 
– Temos que criar um plano diretor para essa região. E cada uma dessas lideranças é fundamental nessa construção. Temos um papel importante na vida dessas pessoas e podemos zelar pelas melhorias que chegarão aqui. Esse é o grande caminho para a reversão do quadro que a comunidade tem hoje – avaliou.
 
Os encontros serão realizados a cada dois meses. Líder da Associação de Moradores da comunidade do Caracol, no complexo da Penha, Hércules Ferreira destacou que a necessidade mais urgente no local é o incremento da infraestrutra.
 
– Para nós, essa troca de ideias, esse olho no olho com as autoridades, é fundamental. Precisamos de emprego, cursos profissionalizantes, obras de contenção de encostas. Estamos preocupados com a perda de vidas provocadas pelas chuvas, com o verão que se aproxima. Mais de cem casas estão em área de risco devido ao longo período de abandono. Esperamos que nossos anseios sejam atendidos – falou.

Fonte: Governo do Rio