O excesso de peso e a obesidade aumentaram Brasil nos últimos sete anos, é o que aponta a última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012), divulgado nesta terça-feira (27), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O Rio de Janeiro acompanha a tendência nacional. A frequência de obesidade e de excesso de peso na população da capital fluminense passou de 12,8% e 48,1%, em 2006, para 19,5% e 52,4%, respectivamente. O aumento ocorre tanto em homens quanto mulheres.
No Rio de Janeiro, o percentual de homens obesos subiu de 11,6% para 17,1% e com excesso de peso de 51,2% para 54,7%. Entre as mulheres, os índices de obesidade aumentaram de 13,9% para 21,5% e de excesso de peso de 45,2% para 50,4%.
Na primeira edição do estudo, em 2006, 43,2% estavam acima do peso ideal e 11,4% eram obesos no Brasil. Atualmente, o percentual subiu para 51% e 17,4%, respectivamente. É a primeira vez que mais da metade da população brasileira está acima do peso.
O Vigitel retrata os hábitos da população e é um importante instrumento para desenvolver políticas públicas de saúde preventiva. Nesta edição, foram entrevistados 45.448 mil adultos em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013.
ALIMENTAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA – Apesar de a obesidade estar relacionada a fatores genéticos, há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no aumento dos índices brasileiros. Forte aliado na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte da população do Rio de Janeiro. Apenas 21,6% da população ingerem a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 28,8% da população da cidade não dispensam a carne gordurosa e 49,3% consomem leite integral regula rmente. Os refrigerantes também têm consumidores fieis – 28,8% dos cariocas tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana. A pesquisa revela também que 34% da população da capital fluminense praticam atividade física no tempo livre ou no lazer. Os homens (43,2%) são mais ativos que as mulheres (26,3%).
COMBATE À OBESIDADE – Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é deter o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade.
Em março, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A Atenção Básica vai proporcionar diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.
A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 82,1% dos 1.888 NASFs contam com nutricionistas; 85,7% com psicólogos e 61,6% com professores de educação física.
Toda a evolução do tratamento será acompanhada por uma das 37 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros. O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 175 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões.
A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da Saúde. No Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde está investindo R$ 17,7 milhões na construção de 134 polos em todo o estado.
O Ministério da Saúde investe também em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, como o Programa Saúde na Escola (PSE), que este ano está aberto a todos os municípios e passa a atender creches e pré-escolas. Para 2013, está previsto o investimento de R$ 175 milhões. Outra medida é a parceria do Ministério com Federação Nacional de Escolas Particulares para distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos.
Assessoria