A mobilidade urbana é o grande desafio das cidades contemporâneas e, para vencê-lo, o Governo do Estado criou um plano de mobilidade urbana para melhorar e facilitar o deslocamento da população fluminense. Apesar de recente, o projeto já apresenta resultados surpreendentes.
Segundo uma pesquisa da ONG Mobilize Brasil, o Rio de Janeiro é a cidade com a melhor mobilidade urbana de todo país. O estudo foi realizado em nove capitais e descobriu que 65% das viagens diárias dos cariocas e fluminenses são realizadas com transporte público.
Uma das razões para isso está no Bilhete Único Intermunicipal. Criado em fevereiro de 2010, o programa beneficia mais de 300 mil pessoas por dia e permite ao passageiro pegar dois transportes, como um trem e um ônibus, pagando apenas metade do preço. O sistema representa uma economia de quase trinta milhões no bolso dos usuários e foi eleito o melhor programa de transporte público da América Latina, se tornando uma referência mundial.
“O Banco Mundial tem procurado as melhores práticas do mundo em termo de subsídio. E o Bilhete Único do Rio de Janeiro foi selecionado como uma das melhores práticas mundiais em razão do uso do CPF (Cadastro de Pessoa Física) para monitorar o pagamento. Ele é pessoal, intransferível e vinculado ao nome da pessoa junto à Receita Federal. No mundo, só Bilhete Único do Rio paga o transporte após ser realizado, tem a capacidade de monitorar online no final do dia quais foram as distâncias percorridas por cada cidadão e o valor do subsídio a ser pago no final de cada dia. Essas informações são transmitidas aos órgãos de controle. O sistema foi escolhido pelo Banco Mundial, pela revista The Economist e pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) como uma das melhores práticas do mundo em termos de gerenciamento de subsídios”, disse o secretário de Transportes, Julio Lopes.
Com o sucesso do Bilhete Único, o número de usuários aumentou e o Governo viu a necessidade de modernizar o sistema rodoviário, tornando o trânsito mais inteligente e eficaz. Para diminuir o tempo de deslocamento pela região metropolitana e aumentar a qualidade de vida da população, o Estado procurou a ajuda de engenheiros japoneses.
“Isso é muito importante porque nós temos uma cultura ainda pouco desenvolvida de uso das tecnologias para esse tipo de finalidade. E o Japão com toda sua experiência com acidentes naturais e com a sua necessidade extrema de fazer um manejo rápido das condições de tráfego e trânsito desenvolveu uma tecnologia super sofisticada, onde eles monitoram online 47 milhões de veículos e são capazes de fechar áreas metropolitanas inteiras em minutos e remanejar toda a situação semafórica de um trecho enorme em questão de segundos. Isso porque há um treinamento com capacitação permanente nas tecnologias de informação, o gerenciamento e o monitoramento muito bem estruturados. O Rio de Janeiro vem com uma cultura grande de investimentos na área de tecnologia da informação e vemos cada vez mais a necessidade de um uso ainda maior e mais qualificado dessas tecnologias, pra melhor gestão das nossas condições de tráfego e trânsito, e integração com os módulos de alta capacidade “, explicou o secretário.
Com a parceria, todos os ônibus do Grande Rio passaram a ser monitorados em tempo real, via satélite. No futuro, a Secretaria de Transportes planeja instalar no Centro Integrado de Comando e Controle, uma estação de monitoramento do trânsito e das concessionárias Metrô Rio, Supervia e CCR Barcas.
No sistema metroferroviário os investimentos foram ainda maiores. Com a expansão da Linha 4 do Metrô, os cariocas levarão apenas trinta e cinco minutos para sair do Centro e chegar à Barra da Tijuca, passando por seis estações que cruzarão São Conrado, Gávea, Leblon e Ipanema. Um investimento de R$ 7 bilhões.
“É mais um sonho do Rio de Janeiro sendo concretizado em mais uma etapa. É um sonho desafiador, de mobilidade, que vai ser um grande legado que as Olimpíadas deixarão para a população. Essa obra estava prevista há 13 anos e nós conseguimos tirá-la do papel. Quem vai ganhar com isso não é só o morador da Rocinha, de São Conrado, da Barra da Tijuca, de Ipanema e do Leblon, mas todo o Rio, todos aqueles que moram no Estado, no Brasil e que vão poder ter outra forma de mobilidade em uma área tão densa, tão ocupada e de tráfego tão pesado. Não há nenhum túnel metroviário com cinco quilômetros de extensão no mundo, e o túnel que vai ligar a Barra da Tijuca à estação São Conrado tem essa extensão. Estamos encarando esse desafio e vamos continuar avançando”, afirmou o governador Sérgio Cabral.
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