Início Plantão Rio Rio sem miséria beneficia milhares de famílias do estado

Rio sem miséria beneficia milhares de famílias do estado

 

“Acordei à noite, e vi que minha casa estava desabando. Só tive tempo de pegar meus filhos e sair. Perdi tudo”. Esse é o relato emocionante de Ângela Maria Ramos, de 42 anos, uma das vítimas das fortes chuvas que atingiram São Gonçalo em abril 2010. Mas os dias de sofrimento ficaram apenas na lembrança. Dois anos depois, a realidade é outra: com determinação e apoio do Governo do Estado, a manicure reconstruiu sua vida e está prestes a receber as chaves da casa nova.

 

 

Na época da tragédia, Ângela viu sua vida desmoronar junto com a casa, no bairro Novo México. Nem os documentos foram salvos, só ficaram as roupas do corpo e a esperança de conseguir superar esse momento. Logo no primeiro mês, ela passou a receber o aluguel social e conseguiu alugar uma casa no bairro Boa Vista.

 

 

No entanto, ainda faltava substituir móveis e eletrodomésticos perdidos, o que foi possível através do Renda Melhor, já que, antes, a prioridade era garantir a comida na mesa. Somado ao Bolsa Família, o benefício chega a R$ 400.

 

 

– Foi muito difícil porque tive que recomeçar do zero. Comprei primeiro o que era mais necessário: eletrodomésticos, armário para a cozinha, guarda-roupas e uma televisão usada. Agora, já consegui até comprar um celular e três bicicletas para a gente se locomover – conta Ângela, que vibra com a possibilidade de ter serviços básicos. – Pago até a conta de luz, não sei como seria sem esse benefício – diz ela, enquanto mostra o boleto de cobrança.

 

 

Sem ajuda do pai das crianças, a manicure zela pelos estudos dos filhos mais novos: Juliana, de 10 anos, e Lucas, de 8. O mais velho, segundo ela, já está “encaminhado”. Rafael, de 18 anos, cursa Eletrotécnica na Faetec. Animada com a nova fase da vida, até Ângela decidiu voltar a estudar.

 

– Estou no 8º ano do Ensino Fundamental e quero fazer faculdade de Serviço Social. As perspectivas, agora, são as melhores. Meu objetivo é dar uma vida cada vez melhor para os meus filhos – frisou a manicure.

 

A tendência é mesmo melhorar. Ângela foi contemplada pelo programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” e, finalmente, vai realizar o sonho da casa própria, pagando prestações de apenas R$ 52 reais durante 10 anos. E a família já tem endereço certo: o Condomínio Vida II, no bairro Arsenal.

 

– Não vou mais pagar aluguel e lá é bem maior: são dois quartos, sala, cozinha e banheiro. A previsão é que eu receba as chaves em julho – vibra a manicure.

 

Ângela é apenas uma no universo de um milhão de pessoas que já foram beneficiadas pelo Rio Sem Miséria. Lançado em 2011, inicialmente em Japeri, Belford Roxo, São Gonçalo e Magé, o programa chegou a 52 municípios fluminenses em 2012. Para isso, o investimento estadual é de R$ 250 milhões por ano.

 

– O Rio sem Miséria representa um marco em termos de políticas públicas no nosso estado, não só por ser o primeiro plano estadual do País voltado a combater a pobreza extrema, mas porque consegue aliar transferência de renda, desenvolvimento econômico e capacitação profissional em um único programa. O sucesso dessa iniciativa é fruto do nosso esforço de coordenação junto ao governo federal e às prefeituras, com apoio do setor privado. Graças a essa parceria, fomos o primeiro estado do Brasil a cumprir a meta de superação da pobreza extrema fixada pela União e estamos trabalhando duro para que, até 2014, a miséria seja erradicada do Rio de Janeiro – afirmou o governador Sérgio Cabral.

 

Perfil das famílias

As famílias selecionadas para participar do programa têm características marcantes em comum. Assim como no caso de Ângela, 92,08% das famílias atendidas pelo Rio Sem Miséria são chefiadas por mulheres, 24,41% têm entre 30 e 49 anos, e 89,64% vivem em áreas urbanas. Dentre os beneficiados, 73,03% são negros e pardos. A maior parte não completou sequer o Ensino Fundamental e não está inserida no mercado de trabalho formal.

 

As condições de habitação também chamam a atenção: 28,2% não têm água encanada e utilizam poços ou nascentes, enquanto 40% não têm rede de esgoto nem luz legalizada. Em 61,65% das casas, o piso ainda é de terra.

 

Para a superintendente de Renda da Cidadania, Ana Vieira, essas famílias não conseguiriam sair da situação de pobreza extrema sem o apoio do Estado.

 

– Os dados mostram que essas pessoas vivem em condições muito aquém do que deveria ser e isso afeta a saúde, o bem-estar e a dignidade delas. E com a ajuda do Estado esse quadro está mudando – disse Ana.

 

Fonte: Governo do Rio