Sair de Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, e chegar à Urca, na Zona Sul em alguns dias, caminhando e conhecendo belas paisagens do Estado do Rio. Isso será possível até 2014, quando a supertrilha de 250 quilômetros Transcarioca estará pronta para moradores e visitantes. O percurso passará por parques municipais, estaduais e federais, começando no Parque Natural Municipal e Grumari e terminando na Urca, próximo ao Pão de Açúcar.
Projeto do Mosaico Carioca, a supertrilha contará com uma sinalização única em todas as unidades fluminenses, independentemente do nível de governo à qual pertence. O percurso contará com trilhas, a maioria já existentes, que serão interligadas.
De acordo com o diretor de biodiversidade e áreas protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), André Ilha, o objetivo é que todas as pessoas possam fazer o percurso.
– A ideia é que seja algo que ofereça atrativos para uma gama de usuários, e não apenas para montanhistas experientes. Por isso, em uma parte mais íngreme pode ser feito algum escoramento, mesmo que seja mais rústico. Mas não queremos fazer grandes intervenções, e o que tiver que ser feito seja o mais discreto possível – afirmou Ilha.
E o passeio não contará apenas com uma trilha principal. De acordo com o diretor do Inea, o programa também oferecerá outras atrações naturais para moradores e turistas. Serão 130 quilômetros de eixo principal, e o restante para as trilhas secundárias.
– No Parque da Pedra Branca, por exemplo, se os visitantes decidirem sair da trilha principal e pegar um caminho
lateral, que também estará sinalizado, eles encontrarão um mirante ou uma cachoeira. Os participantes também poderão
optar por fazer todo o percurso de uma vez ou aos poucos – explicou Ilha.
Entre as áreas verdes que serão integradas também estão o Parque Nacional da Tijuca, e morros como o da Catacumba, da Babilônia, do Leme, da Saudade e de São João. Modelo disseminado em outros países Idealizador do projeto, Pedro da Cunha e Menezes, ex-diretor do Parque Nacional da Tijuca e atual gestor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, conta que as trilhas de longo curso já são uma realidade em todo o mundo e que fez muitas pesquisas para seguir o padrão internacional no projeto.
– Esse é um legado de equipamento turístico. Imagino cerca de 17 dias para percorrer toda a trilha de uma vez. No mundo todo isso já é comum, até em nossos vizinhos, como Chile e Peru. Agora, chegou a vez do Rio – disse Pedro da Cunha e Menezes.
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