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Risco de morte associada a remédios para tosse

Qual é o risco de uma criança vir a morrer em decorrência do uso de remédios para tosse e resfriado? Segundo pesquisadores norte-americanos, como já esperado, bem pequeno. Após analisarem 189 óbitos de crianças com menos de 12 anos de idade, os especialistas e concluíram que as fatalidades neste grupo associadas a medicamentos do tipo sem necessidade de prescrição foram “incomuns”, ocorreram em função de dosagem acima do necessário e afetaram, principalmente, crianças com menos de 2 anos.

Além da superdosagem e da idade, de acordo com artigo publicado na edição de abril dos Annals of Emergency Medicine, a pesquisa identificou que os seguintes fatores contribuíram para a ocorrência de fatalidades: uso de medicação para sedação, uso em hospital-dia (modalidade na qual o paciente é atendido apenas durante o dia), uso de duas medicações com a mesma substância, uso mal-sucedido de um instrumento de medida, falha na identificação do produto e uso de um produto sem necessidade de prescrição planejado para uso adulto.

Conforme explica o texto, embora a maioria das pessoas, em geral, considere estes remédios como completamente inofensivos, seu uso é esporadicamente associado à intoxicação severa e até mesmo à morte em crianças.

Os resultados mostraram também que, dos 189 casos incluídos, 118 foram julgados como “possivelmente”, “provavelmente” ou “definitivamente” relacionados ao uso de medicação para tosse e resfriado por um painel independente de oito especialistas (pediatra, intensivista pediátrico, toxicologista pediátrico, toxicologista clínico, toxicologista forense, patologista forense). Destes casos, 103 estavam ligados ao uso de drogas sem necessidade de prescrição – 88 deles envolveram uma superdosagem. As demais 15 fatalidades (dentre as 118 julgadas) se referiam ao uso de remédio com necessidade de prescrição.

Por Eduardo Tavares

Fonte: Agência Notisa