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Saída de vítima de estupro do Rio de Janeiro prejudica a apuração, diz polícia

Reprodução Rede Globo
Reprodução Rede Globo

 

De acordo com relatos da  delegada titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima – DCAV,  Cristiana Bento, que investiga o crime ocorrido em uma favela carioca, tirar ela do Rio de Janeiro não foi a melhor decisão dos governos federal e estadual de retirá-la do Estado. A delegada afirma que identificou contradições nos dois depoimentos prestados pela jovem, e que pretendia reinterrogá-la e acareá-la com os três suspeitos presos.

 

 

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Cristiana Bento diz que sem essa acareação um dos acusados pode ser solto.  “As versões (da vítima e dos acusados) são muito desencontradas. Não posso mais ouvir a jovem. Isso dificulta as coisas. Novas informações chegaram e eu não tenho como esclarecê-las com ela”, afirmou. Segundo a delegada, em seus depoimentos, a jovem  não se refere a alguns suspeitos como estupradores. Entre eles, Lucas Perdomo Duarte dos Santos, que ela chama de Luquinhas, de 20 anos, e Raí de Souza, de 22, presos dia 30 de maio. 

 

 

Lucas, que era jogador de futebol e teve seu contrato cancelado pelo clube Boa Vista, ador de futebol, foi preso porque estaria no baile funk próximo ao local do crime, no Morro São José Operário, apelidado de Morro da Barão, e teria acompanhado a jovem até este baile funk, antes da agressão sexual. Sem a acareação, ele pode ser solto nesta quinta-feira, dia 2. Pois, não indícios que ele tenha participado do crime. O outro jovem que foi preso, Raí, foi o responsável pelas imagens divulgadas nas redes sociais.

 

 

 

 

Os depoimentos totalmente diferenciados já apresentados pelos suspeitos, Lucas,  Raí e Raphael Duarte Belo, que se apresentou a polícia dia 1 de junho, levaram a delegada a decidir acareá-los. “Quero esclarecer isso. Vou botar um de frente para o outro. As versões estão desencontradas. Mas ninguém admite o estupro”, afirmou Cristiana.

 

 

 

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, afirmou que a jovem estava ameaçada de morte e correria risco se ficasse no Rio. “Não há garantia de que conseguiríamos dar a proteção adequada se ficasse no Rio. A menina estava ameaçada, com medo. A ida (para fora do Estado) não quer dizer que ela não possa colaborar com as investigações” afirmou Melo, para quem a Defensoria Pública, que atende a vítima, tem como fazer o contato entre ela e os investigadores. A jovem foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte.

 

 

Raphael Belo fez um post no Facebook onde nega o estupro, mas admite ser ele mesmo nas fotos divulgadas ao lado da jovem nua naquele local. Ele diz que foi ao morro com Raí de Souza. Segundo ele, um rapaz disse aos dois que tinha “Uma mulher aí que não quer ir embora desde o dia do baile (funk)”. E, segundo ele, quando entraram no quarto, ela estava deitada, nua, dormindo. O Raí puxou o celular e começou a gravar. Foi mais uma zoação, brincadeira, não machucamos ela.”