O Governo do Estado acaba de dar mais um passo para a implantação da Cidade da Pesca, complexo pesqueiro que será construído em uma área de 630 mil metros quadrados de Itaoca, em São Gonçalo. Nesta quarta-feira (30/4), foi publicado no Diário Oficial decreto que declara a utilidade pública do terreno de 50 mil metros quadrados na Praia da Beira (quase 10% da área total) para a construção do Terminal Pesqueiro Público do Estado do Rio de Janeiro (TPP). O empreendimento, que integra a Cidade da Pesca, deverá gerar aproximadamente 300 novos empregos. A instalação do TPP será fundamental para que o município possa retomar seu desenvolvimento econômico.
“Assinamos a declaração de utilidade pública da área onde será instalado o futuro terminal público pesqueiro em São Gonçalo. O estado do Rio vinha perdendo empregos e competitividade em relação a outros estados. A pesca era realizada aqui e mandada para beneficiamento em outros estados da federação, como Santa Catarina. Agora o nosso objetivo é, a partir da declaração de utilidade pública, desapropriar os imóveis para construir um terminal que vai gerar emprego e renda para São Gonçalo”, ressaltou o secretário da Casa Civil, Leonardo da Cunha e Silva Espíndola Dias.
Desde a desativação do terminal da praça XV em 1992, a indústria pesqueira fluminense tem perdido posições no setor. O terminal será a porta de entrada do complexo que utilizará a estrutura feita no local pela Petrobras para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj): o píer e a estrada para desembarque de equipamentos especiais de grandes dimensões e peso, os chamados Ultra Heavy Over Size ou Uhos. Na unidade será realizado o desembarque do pescado a ser processado ali mesmo, na Cidade da Pesca.
“Vamos aproveitar a estrutura montada pela Petrobras, como o píer com um canal hidroviário de mais de dois quilômetros, além de calado (profundidade) de cinco metros que permite a navegação de embarcações destinadas à pesca industrial”, informou o subsecretário adjunto de Desenvolvimento Regional, arquiteto Carlos Krykhtine.
Segundo ele, todas as famílias que, porventura, tenham seus imóveis desapropriados receberão acompanhamento social.
“Daremos todo o suporte social. Já temos até uma reunião agendada com a Secretaria de Habitação para discutir a questão”, afirmou o subsecretário, que responde pela área técnica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap), idealizadora da Cidade da Pesca.
Complexo pesqueiro – A Cidade da Pesca prevê também a implantação do Condomínio Industrial Pesqueiro Sustentável, já com duas empresas âncoras. Uma delas é a Crusoe Foods, com sede no Chile e presente em 23 países da América, entre eles o Brasil. A multinacional pertence à holding espanhola Jealsa-Rianxeira – primeira da Espanha, segunda da Europa e quarta do mundo no segmento de conserva de pescado – que ocupará uma área de 100 mil metros quadrados para fixar uma indústria no local. A parceria trará para o estado cerca de R$ 60 milhões em investimentos, com a oferta de 1.500 novos empregos diretos, a maioria para mulheres. A outra empresa é o Estaleiro Tecnológico de Itaoca (Esteit), que vai gerar 600 empregos diretos. Há ainda outras dez empresas que sinalizaram interesse em se instalar no complexo.
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