A secretária estadual do Ambiente (SEA). Marilene Ramos, vai receber no próximo dia 27/05, Dia Nacional da Mata Atlântica, às 11h, em solenidade no Jardim Botânico, um documento encaminhado pela Uerj e pelo Instituto Biomas com recomendações para a elaboração da lista de espécies exóticas invasoras do Estado do Rio. Com as informações, a secretaria vai formar um grupo de trabalho para elaborar a lista oficial dessas espécies.
As espécies exóticas invasoras, ao serem introduzidas no ambiente, causam prejuízos à biodiversidade ou à saúde humana ao competirem com os recursos disponíveis das outras espécies. Em muitos casos, elas agem como predadoras ou transmissoras de doenças. Por não terem competidores, parasitas ou predadores naturais, as espécies se espalham com rapidez. Com a perda de biodiversidade, surge o risco da homogeinização biótica, que elimina as características únicas de cada bioma.
A partir da elaboração da lista oficial, será possível estabelecer políticas e ações para o controle e, caso necessário, a erradicação de espécies invasoras, além da conscientização da população.
Os especialistas reuniram um total de 226 espécies que poderiam ser consideradas como exóticas e invasoras em território fluminense. Entre elas estão 57 espécies da fauna terrestre e de ambientes aquáticos continentais; 129 espécies vegetais; 29 organismos marinhos. e 11 organismos de água doce. Esta relação foi elaborada com base em trabalhos científicos, listas oficiais já existentes e em listas elaboradas por organizações não-governamentais.
Entre as espécies relacionadas estão algumas já bastante conhecidas do público, como o capim-colonião e o caramujo africano. Entre os peixes de água doce constam a tilápia e o tucunaré; no ambiente marinho, o coral-sol e o mexilhão marrom; e, na fauna terrestre, o sagüi do nordeste. Entre as espécies vegetais constam a casuarina, amendoeira, acácia e a jaqueira.
O plantio de espécies como a jaqueira, por exemplo, causa prejuízos à biodiversidade, conforme vem sendo demonstrado em pesquisas realizadas na Ilha Grande pela Uerj. A jaqueira, além de não ser atacada por parasitas da região, tem a preferência dos animais silvestres, que consomem os frutos e deixam de dispersar as sementes de espécies nativas.
A importância do assunto é tão grande que as espécies exóticas invasoras foram escolhidas como tema para o Dia Internacional da Diversidade Biológica (22 de maio) de 2009. O objetivo é conscientizar os países signatários da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) sobre o alcance do problema e buscar soluções práticas.
Fonte: SEA