O fotógrafo Sebastião Salgado se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira (13/11), em Brasília (DF), para tratar da tragédia ambiental em Mariana (MG), cuja lama atinge a bacia do Rio Doce. Ele aproveitou o momento para apresentar um projeto de recuperação das nascentes.
Crédito:Roberto Stuckert Filho/PR
Fotógrafo propôs medidas para recuperação do Rio Doce
“A nossa proposta é que as empresas donas da Samarco, a BHP e a Vale, constituam um megafundo com todos os recursos necessários para recuperar todas as nascentes”, explicou Salgado ao G1.
De acordo com ele, o fundo fará com que o rio passe de um desastre a um Vale que, a médio e longo prazo, será um modelo para o Brasil. Assim, o governo constituiria um comitê para negociar com as empresas na direção da constituição do fundo. “A presidente achou a ideia fantástica. A gente acomodou a reunião de uma forma curta, mas profundamente intensa”, observou. O custo da recuperação das nascentes é avaliado em torno de R$ 3 bilhões. Outras despesas devem ser calculadas.
Na região, está sediada a organização não-governamental Instituto Terra, criado por ele e a mulher Lélia Wanick Salgado, para recuperação de área vegetal e, principalmente, nascentes degradadas. A entidade está localizada no município mineiro de Aimorés (MG), onde Salgado nasceu.
“O Rio Doce é minha vida. Nasci e cresci nas suas margens, e acompanhei a degradação desse ecossistema. Eu estou dedicando uma parte da minha vida, a minha esposa está dedicando uma parte da vida dela, o conselho diretor do Instituto Terra está dedicando uma parte da vida deles para salvar o rio. Nós criamos uma instituição responsável e que está trabalhando na base, com as prefeituras e com os governos, e nós vamos recuperar o rio. Não tenho dúvida disso”, completou.
