A redução na colheita de 377,5 mil toneladas de grãos por conta das geadas ocorridas em junho no Paraná e em Mato Grosso do Sul e da seca na Região Sul e em parte do Centro-Oeste em abril e maio baixou a estimativa da safra 2008/2009 para 133,78 milhões de toneladas. O levantamento, o décimo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado trouxe um valor 0,3% inferior ao do mês passado e 7,2% a menos do que o ciclo anterior.
A projeção é a menor desde outubro do ano passado, quando começou o acompanhamento desta safra, e se aproxima da queda de até 8% prevista pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, no início do ano. De acordo com a Conab, a área plantada se manteve em 47,6 milhões de hectares. O clima ruim somado à queda de produtividade e aos baixos preços no mercado, entretanto, levaram a safrinha de milho a cair 13,4% em relação ao ciclo passado, produzindo 16,9 milhões de toneladas.
Para se ter uma idéia da queda no rendimento, o estudo da estatal mostra que, em Mato Grosso do Sul os agricultores saíram de uma média de 3.255 quilos de milho colhidos por hectare para uma perspectiva de 2.116 quilos este ano. No Paraná, a redução será de 3.527 para 3.091 quilos por hectare. Uma parte da queda na segunda safra de milho será compensada em Goiás, que aumentou a área plantada para 357 mil hectares (+31,6%) e a produção para 1,64 milhão de toneladas.
A pesquisa da Conab foi feita entre os dias 15 e 19 de junho, com mais de 95% da colheita da safra de verão concluída. As estimativas para a soja, o arroz e o feijão se mantiveram, respectivamente, em 57,13 milhões, 12,74 milhões e 3,52 milhões de toneladas. A soma das duas safras de milho cultivadas no ciclo 2008/2009 chega a 49,45 milhões de toneladas.
A previsão para a safra de trigo 2009/2010 é de 5,67 milhões de toneladas, com uma queda de 5,7% em relação a 2008/2009. Uma das causas é a seca no Rio Grande do Sul, segundo maior produtor do cereal, que deve reduzir sua produção em 14,3%, colhendo 1,76 milhão de toneladas. No Paraná, o volume colhido deve se manter em 3,2 milhões de toneladas.
Foram entrevistados produtores rurais, agrônomos, técnicos de cooperativas, secretarias de agricultura, agentes financeiros e órgãos de assistência técnica e extensão rural dos principais municípios produtores do país.
Fonte: Agência Brasil