A Secretaria do Ambiente (Sea) está exportando para outro continente o projeto da Fábrica Verde, de reciclagem e reaproveitamento do lixo eletrônico. A pedido do governo de Angola, num prazo de pouco mais de dois meses será assinado um acordo de cooperação técnica entre o Governo do Rio de Janeiro e o ministério do Meio Ambiente do país africano para a replicação do programa socioambiental. A previsão é de que ainda este ano seja enviada uma equipe da Fábrica Verde do Complexo do Alemão para ajudar os angolanos na instalação da unidade e na capacitação do pessoal local.
Do dia 31 de maio a 2 de junho, uma comitiva da Superintendência de Território e Cidadania (STC), da Sea, participou da Feira Internacional de Luanda, cujo tema foram novas tecnologias ambientais. O grupo montou um estande no evento e se reuniu com a ministra do Ambiente de Angola, Maria de Fátima Jardim, e com o vice-ministro, Syanga Abílio, para começar a delinear as bases do acordo. Além da própria fábrica, serão replicados outros projetos que funcionam dentro do Programa Fábrica Verde, como a Ecomoda, o Ecobuffet, o Comunidades Verdes e a TV Verde.
Segundo a superintendente de Território e Cidadania, Ingrid Gerolimich, a Sea já tem uma série de parcerias com outros municípios e estados para implantação da Fábrica Verde: Santa Catarina, Ceará, Niterói, São Gonçalo, Itaguaí e Magé. Todos eles estão assinando acordo de cooperação técnica com a Secretaria.
“Nossa ideia é justamente transformar nossos projetos em políticas públicas que possam ser replicadas em outras realidades. Angola tem uma relação histórica com o Brasil, que foi o primeiro país a reconhecer sua independência, e está em franco processo de desenvolvimento. Para nós, é motivo de grande felicidade contribuir para que isso seja feito de forma consciente, com sustentabilidade”, disse Ingrid, lembrando que a devastadora guerra civil angolana perdurou por cerca de 30 anos.
Antes de elaborar o documento de cooperação com Angola, no entanto, os técnicos da Secretaria do Ambiente precisam esperar cerca de dois meses para que o governo africano faça um diagnóstico de quais comunidades precisam mais do projeto e onde a fábrica pode ser instalada. Definidas essas pendências, um grupo de brasileiros capacitará os professores e ficará à disposição para prestar assessoria técnica até o final da primeira fase de implantação.
“Meio ambiente é muito mais do que plantar árvore, é um diálogo entre as esferas políticas de governo, mostrando à população que ações integradas podem não só proteger a natureza como também gerar emprego e renda para população”, afirmou o secretário do Ambiente, Carlos Minc.
Inaugurada em outubro de 2011 pela Secretaria do Ambiente, a Fábrica Verde tem o objetivo de transformar lixo eletrônico em inclusão digital, gerando emprego e renda para jovens moradores de comunidades pacificadas. A primeira foi instalada nos arredores do Complexo do Alemão. Em junho de 2012, foi inaugurada a segunda Fábrica Verde, na Rocinha. Os alunos aprendem a reciclar computadores, monitores e impressoras usadas, especializando-se na montagem e manutenção desses aparelhos.
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