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Sistema digital acelera informações sobre o Aedes na cidade do Rio de Janeiro

Foto: COR/George Soares

 

 

Uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Centro de Operações Rio (COR) promete acelerar os processos entre as vistorias e o planejamento de combate ao Aedes aegypti no município do Rio. Com um aplicativo de celular, o  ZupRio,  dados colhidos pelos agentes de vigilância em saúde (AVS) podem ser transmitidos e monitorados em tempo real e relatórios importantes para avaliar e nortear as ações de controle do mosquito transmissor das arboviroses, que antes levavam até 15 dias para serem concluídos, podem ser finalizados em 24 horas. O sistema, que começou a ser testado esta semana em uma região de Botafogo, na Zona Sul do Rio, poderá ser o novo aliado da cidade contra a dengue, a zika e a chikungunya.

 

 

A Secretaria Municipal de Saúde conta atualmente com 3.304 agentes de vigilância em saúde, dos quais 2.534 atuam em campo em toda a cidade. Eles são divididos em territórios e diariamente vão às ruas realizar visitas de inspeção a imóveis e logradouros, onde fazem a busca e eliminação de focos do mosquito, eliminação de depósitos de água passíveis de serem eliminados e tratamento daqueles que não podem ser. Por ano, são cerca de 10 milhões de visitas realizadas em toda a cidade. Para cada uma, os agentes preenchem até sete formulários diferentes com informações que serão necessárias para o retrato da infestação pelo mosquito e o planejamento das ações futuras. De volta à base, essas informações precisam ser digitadas, processadas e tabuladas para, finalmente, serem gerados os relatórios, como o Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa).

 

 

Com o novo sistema do Centro de Operações Rio, as informações dos sete formulários são condensadas em um aplicativo operacional. O ZupRio para controle do Aedes aegypti é uma adaptação de um aplicativo criado na época das Olimpíadas pelo Instituto TIM, em parceria com o COR, para monitoramento da cidade. Com o smartphone na mão, o AVS fará o preenchimento dos dados no aplicativo. Se estiver online, os dados são transmitidos em tempo real. Senão, quando chegar de volta à base, conectado ao wi-fi da unidade, ele transmitirá as informações gravadas. Neste período de teste, um formulário único em papel também está sendo usado e os dados são depois diretamente digitados na plataforma. Ao fim do dia, com os dados carregados os relatórios de acompanhamento são gerados automaticamente. 

 

 

Os testes do novo sistema começaram nesta segunda-feira (26/06), em Botafogo, onde dez agentes saíram em campo com celulares com o aplicativo e o novo formulário único. Enquanto eles se deslocavam pelas ruas fazendo as vistorias, suas localizações eram acompanhadas em tempo real em um dos painéis de monitoramento do Centro de Operações. Conforme iam preenchendo e transmitindo os dados pelo aplicativo, as informações apareciam em tempo real em computadores do COR e podiam ser acessadas pelos técnicos que os acompanhavam. Eram informações como endereço do imóvel visitado, sua situação (se estava acessível para visitação, fechado ou abandonado), se foram encontrados depósitos de água e o que foi feito com cada um (eliminado ou tratado), que tipo de depósito era esse (lixo, vaso de planta, bebedouro de animal, etc) e se havia algum criadouro do mosquito nos depósitos encontrados.

 

 

A expectativa é de que, uma vez atestada a eficiência do novo modelo para o levantamento e processamento das informações sobre combate e controle do Aedes aegypti, a Secretaria Municipal de Saúde possa, então, iniciar os preparativos e a infraestrutura necessária para o desenvolvimento completo do sistema para uso em larga escala na cidade, culminando na substituição de toneladas de formulários de papel geradas ao ano em um modelo totalmente informatizado.