O Governo do Estado dispõe de mais 499 novos policiais para atuar em comunidades pacificadas. Composta por 460 homens e 39 mulheres, a Turma 2º Sargento Antonio Smorzuk, a segunda do Curso de Formação de Soldados este ano, recebeu o diploma na manhã desta quinta-feira (27/10), durante solenidade realizada no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Parte desses policiais se juntará a outros da primeira turma, formada há um mês, para compor o efetivo de 403 profissionais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Mangueira, que será inaugurada no dia 3 de novembro, às 15h.
O governador Sérgio Cabral entregou o diploma ao primeiro colocado da turma, Gabriel Silva Cardoso, aprovado com a média de 9,56, enquanto o vice-governador e coordenador executivo de Infreaestrutura, Luiz Fernando Pezão, ao segundo lugar, Leone Pinheiro Borges (média de 9,49), e o presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Paulo Melo, ao terceiro, Hugo Correa da Conceição (média de 9,41).
O governador também informou, após a cerimônia, que vai anunciar, no dia da inauguração da UPP da Mangueira, que todas as comunidades pacificadas terão, até o fim deste ano, o serviço de TV a cabo com preços acessíveis, nos moldes do oferecido nos complexos do Alemão e da Penha. A nova UPP, 18ª do estado, vai funcionar em instalações provisórias até a construção das definitivas. A sede ficará na Praça Candelária e haverá três bases comunitárias: Telégrafo, Tuiuti e Buraco Quente.
O governador disse que o processo de pacificação no Rio, que prevê a instalação de 40 UPPs até 2014, continuará dentro do planejado com a formação de mais sete mil policiais até junho do ano que vem, numa média de 500 por mês.
– Vamos acelerar as UPPs, graças à presença do Exército nos complexos do Alemão e da Penha até junho de 2012 e graças a essas formaturas de policiais tão bem conduzidas pela Secretaria de Segurança – completou Cabral.
O governador disse que a ocupação das comunidades dominadas pela violência acaba com a presença armada de bandidos e com o domínio de quadrilhas de traficantes ou milicianos sobre os moradores, mas ele reconhece que existe ainda um resquício da cultura da marginalidade nesses lugares. Segundo Cabral, isso é normal em comunidades que viveram sob a cultura do medo por mais de 30 anos.
– Mesmo com a consolidação do processo de pacificação sempre haverá problemas, como ocorre em qualquer bairro da cidade. Na Mangueira, por exemplo, que deixou durante anos de ser a Mangueira do Cartola, do Nelson Cavaquinho e do Carlos Cachaça para ser a Mangueira do Polegar, as pessoas vão poder voltar a circular pela comunidade, tomar uma cerveja no Buraco Quente, sem medo de levar um tiro ou ser abordado por um bandido. As pessoas agora vão conhecer a Mangueira, que todo brasileiro ama e que tem a escola de samba mais popular do Brasil, ir aos ensaios da escola sem ter a presença ostensiva do tráfico de drogas na quadra – antecipou.
Também participaram da solenidade o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Roberto Sá, representando o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e do comandante geral da PM, coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, entre outros convidados.
Novos quartéis e mais policiais nas ruas
O governador também informou que o projeto de remodelação dos quartéis, que serão substituídos por prédios menores e mais modernos, começará pelo Quartel Central, pelo batalhão de Botafogo e da Tijuca. Segundo ele, a remodelação dos quartéis, que está em fase final de planejamento, significa uma mudança de conceito de gestão da polícia. O objetivo é fazer com que os policiais fiquem mais nas ruas e menos nos quartéis, diminuindo o número de servidores em atividades administrativas exigidas pelas grandes estruturas dos quartéis e, assim, liberando-os para atuarem no policiamento ostensivo.
Fonte: Governo do Rio