O Theatro Municipal reabre em 27 de abril de 2010 totalmente reformado, após 18 meses fechado, conforme anunciaram nesta segunda-feira (21/12), em entrevista coletiva, a secretária de Cultura, Adriana Rattes, a presidente da Fundação Theatro Municipal, Carla Camurati, e o diretor artístico, maestro Roberto Minczuk.
A obra de restauração e modernização – a maior reforma da história do teatro – custou R$ 64 milhões e tornou-se possível graças à parceria do Governo do Estado e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura, patrocinada por quatro grandes patronos (Petrobras, BNDES, Eletrobrás e Rede Globo de Televisão), dois patronos ouro (Vale e Embratel) e dois apoiadores ( Bradesco e Metrô Rio). O cuidadoso trabalho de restauração teve a participação ativa, permanente e estreita dos órgãos de patrimônio Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), e incluiu o telhado, as pinturas artísticas, os douramentos e o restauro dos lustres, bem como a modernização do palco e das instalações prediais elétricas e hidráulicas.
Na primeira semana de março será aberta a venda de assinaturas, que o Theatro volta a oferecer ao público para a grande temporada de 2010.
É a quarta reforma do Theatro Municipal desde a sua fundação, há um século. A primeira obra, em 1934, mudou a estrutura da sala de espetáculo, ampliando a boca de cena. Na década de 70, o Municipal sofreu sua primeira restauração, reabrindo em 1979. Na década de 80 ocorreu a terceira reforma. Agora, o Municipal passou por uma reforma que resultará num atendimento ao público e aos artistas digno de um teatro do século XXI – com o mesmo conceito de modernidade da época de sua criação.
Durante a atual reforma, foi descoberto um painel medindo 3m x 16m do italiano Eliseu Visconti, de valor incalculável. Pintada em 1909, a obra estava atrás de uma parede desde 1935, quando houve a reforma de boca de cena. O telhado do Theatro teve seu douramento centenário recuperado. O trabalho foi realizado pela empresa francesa Atelier M.Gohard, a mesma responsável pelos douramentos da tocha da Estátua da Liberdade, em Nova York, de áreas do Palácio de Versalhes, na França, e da Ópera de Paris, entre outros. Os detalhes originais do telhado foram descobertos através de fotografias do Museu da Imagem e do Som, que mostram a cúpula principal com grandes faixas laminadas de ouro. A águia de 350 kg, seis metros de envergadura e 2,8 metros de comprimento que enfeita o topo do Theatro Municipal foi totalmente restaurada, recuperando sua imponência.
O principal símbolo do Municipal recebeu uma camada de primer (substância protetora) antes de ser recoberta por oito mil folhas de ouro 23 quilates, ao longo de quatro meses de trabalho. O serviço foi realizado pelo restaurador francês Fabrice Gohard, com folhas de ouro importadas da Alemanha.
A reforma foi realizada usando os melhores e mais duráveis materiais disponíveis no mundo. A intervenção restauradora desenvolvida no prédio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem o objetivo de preservar e salvaguardar a integridade física de um valioso patrimônio com expressivo significado cultural, histórico, estético e artístico. Até essa reforma, os canos e as instalações elétricas, em geral, não haviam sido atualizados. Da mesma forma, as fundações do prédio receberam reforço pela primeira vez na história do teatro. As pinturas decorativas do teto do restaurante Assyrius haviam sido encobertas em reformas recentes, e foram restauradas à altura de sua beleza original.
O novo palco do Municipal teve o projeto e a consultoria de acústica de José Nepomuceno, o mesmo engenheiro acústico que fez a consultoria do Theatro Alfa, em São Paulo. Os equipamentos, motores, varas cênicas, portas corta-fogo e softwares são da empresa austríaca Wagner Biro, também responsável pelos palcos do La Fenice (em Veneza), do Staatsoper (em Berlim) e da nova ópera de Copenhague.
O maestro Roberto Minczuk, diretor artístico do Theatro Municipal, e o maestro Silvio Viegas, regente titular do Theatro Municipal, fazem questão de trazer ao palco as mais importantes vozes do cenário lírico da atualidade, assim como maestros e solistas internacionais para os balés e concertos.
Fonte: Secretaria de Cultura