Batalhar pela reforma universitária, reconstruir a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio de Janeiro e regulamentar a meia-entrada são as três prioridades definidas pelo novo presidente da entidade, Augusto Chagas, eleito nesse domingo (20) para dois anos de gestão.
A chapa dele, Avançar nas Mudanças, que também é a da presidente anterior, Lúcia Stumpf, obteve 71,84% dos 2.809 votos de delegados estudantis de todo o país. Com isso, Chagas se tornou o décimo presidente consecutivo da UNE ligado ao PCdoB, que também contou com o apoio de representantes do PT, PMDB, PTB e PSB nas universidades.
O pleito ocorreu no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, no encerramento do 51º Congresso da UNE, e teve a apuração dos votos concluída somente perto do fim da noite. O novo presidente da organização tem 27 anos e cursa sistema de informações na Universidade de São Paulo (USP), depois de já ter estudado ciências da computação na Universidade Estadual Paulista (Inesp) de Rio Claro e direito nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), sem concluir a graduação.
Sobre a aprovação no Congresso da reforma universitária, estabelecida na plenária final do congresso como principal prioridade da UNE, Augusto Chagas destacou a proibição de capital estrangeiro no sistema educacional brasileiro, além de maior autonomia dos alunos dentro das universidades particulares. “Os alunos das instituições privadas não têm voz nem direito a voto para a escolha de seus representantes internos”, criticou.
A reconstrução da sede já teve um passo decisivo. Recentemente a entidade recuperou a posse do terreno onde ficava a sua primeira sede, destruída durante a ditadura militar. O projeto do prédio que a entidade pretende erguer já está pronto e foi doado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O valor da obra está orçado em R$ 30 milhões. “O projeto traz uma torre comercial com um centro cultural no fundo do terreno”, descreveu Chagas.
Quanto ao pagamento de meia-entrada em eventos culturais, a UNE pretende estabelecer um marco regulatório. Atualmente, segundo o novo presidente, não há mecanismos para saber quem tem direito ao benefício. “Fazem um grande show e dizem que, se levar um quilo de alimento, paga meia-entrada. Então, a meia-entrada vira inteira”. Ele também afirmou que é contra o projeto de lei, já aprovado no Senado, que propõe uma cota de 40% da bilheteria para o benefício.
Em relação ao patrocínio público a entidades estudantis, Chagas disse ser legítimo e não considera que influencie a pauta de reivindicações. “Os movimentos estudantis sempre construíram suas pautas independentemente do patrocínio. Eu acho dever do Poder Público patrocinar as atividades estudantis”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil