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Vara Virtual de Execuções Penais

O estado do Rio de Janeiro ganhou a primeira Vara Virtual de Execuções Penais (e-VEP). Com a nova Vara os processos são digitalizados e colocados à disposição de advogados, defensores públicos, promotores e juízes em um sistema virtual. Neste primeiro momento serão enviadas à vara virtual apenas as Cartas de Sentença de Execução Penal dos réus primários, condenados a penas privativas de liberdade em regime fechado, expedidas unicamente pelas Varas Criminais da Capital no Foro Central do Rio de Janeiro.

Com a execução por meio eletrônico, o próprio sistema vai avisar ao juiz que o preso já cumpriu a pena e tem direito à liberdade ou à progressão. Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, a vara virtual impede que as pessoas fiquem presas além do tempo determinado na condenação. “Este é um problema comum evidenciado pelos mutirões carcerários que libertaram quase 20 mil presos que já tinham direito ao benefício. Com as e-VEPS a tendência é que essas injustiças acabem”.

Já existem varas virtuais de execuções penais no Amazonas, Sergipe, Pará, na Paraíba, no Piauí e no Maranhão.

Para o coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário da Defensoria Pública do Rio, Leonardo Guida, a informatização dos processos criminais é um avanço imprescindível para os dias de hoje.

“A gente não tinha mais condições de trabalhar com essa quantidade de papel e aumentando o número de funcionários", disse Guida. Ele informou que quando o sistema estiver 100% implementado, o processo ficará muito mais ágil, sem a demora do transporte do processo, não vai precisar mais de um funcionário para buscar aquele processo; qualquer defensor, promotor ou advogado poderá consultar os autos pela internet.

Guida lembra, entretanto, que é necessário a informatização de todo o sistema, incluindo as delegaciais, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) para que seja extinta a utilização de documentos impressos.

“As petições precisam agora entrar já virtualizadas e  assim acabarmo com 100% do papel, pois os documentos que vêm das delegacias, por exemplo, ainda precisam ser digitalizados e isso demanda tempo e mão de obra”.

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Luiz Zveiter, informou que a meta do Tribunal é que até o fim do ano o processamento eletrônico seja estendido a todos os tipos de regime e varas criminais do estado. Hoje existem no Rio de Janeiro mais de 22 mil detentos.

Na opinião de Gilmar Mendes,  o maior desafio para além da informatização do sistema judiciário é a ressocialização dos egressos para que eles não se tornem reincidentes. “Este é um tema de Direitos Humano e de Segurança Pública”, disse Mendes.

Ele adiantou que está conversando com Zveiter e o governador Sérgio Cabral para a criação de um programa para zerar o número de presos provisórios nas delegacias do Rio. “Pretendemos construir estabelecimentos apropriados para este fim.”

 

Fonte: Agência Brasil