O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou nesta quarta-feira (17), em entrevista coletiva, que será modificado o roteiro do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, de 23 a 28 deste mês. Lombardi disse que o Vaticano acompanha os protestos no Brasil. Observou que os protestos não são contra o papa nem contra sua visita ao país. O porta-voz destacou que o Vaticano tem “confiança total” no esquema de segurança organizado para Francisco.
“Temos confiança total, como sempre, na capacidade das autoridades para lidar com essas situações”, disse o porta-voz. “Estamos em total tranquilidade. Sabemos que esses eventos [protestos] não tem nada de específico contra o papa e a Igreja, então vamos para esse encontro [a jornada] com grande serenidade e com certeza será uma grande oportunidade”, disse Lombardi.
O papa chega ao Brasil na próxima segunda-feira (22/07) e retorna no dia 29, segundo Lombardi. É a primeira viagem internacional de Francisco desde que assumiu o pontificado, em 13 de março. “É uma jornada particularmente significativa”, disse o porta-voz. “Naturalmente há um tom muito especial de expectativa e participação”, acrescentou ele, lembrando que Bento XVI que anunciou o Rio de Janeiro como sede para a Jornada Mundial da Juventude.
Lombardi confirmou a agenda de atividades do papa no Brasil que passará um dia em Aparecida (no interior de São Paulo) e celebrará missa no local. A programação de Francisco é intensa: visita aos moradores da Comunidade da Varginha, conversa com presos e bênção para os doentes de uma instituição mantida por doações. O porta-voz destacou que Francisco deverá usar tanto carro aberto como também fechado durante os deslocamentos que fará no país. Segundo ele, os automóveis ficarão à disposição do papa.
Há dois dias, o Sistema Brasileiro de Inteligência do governo federal atua em regime de plantão mapeando potenciais riscos durante os grandes eventos realizados no país, como a Copa das Confederações, encerrada no fim de junho, e a Jornada Mundial da Juventude. Um painel digital, no Centro de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mostra os dados atualizados sobre as “fontes de ameaça” e sua tendência.
Pelo trabalho dos peritos, os fatores considerados de ameaça são incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, criminalidade comum, movimentos que fazem reivindicações e grupos de pressão. No Rio de Janeiro, onde ocorre a maior parte dos eventos da jornada, o painel da Abin indicava ontem (16/07) um fator com alerta vermelho: o de grupos de pressão, que abrangem movimentos espontâneos, sem hierarquia.
Movimentos que lideram manifestações e a criminalidade comum apareciam como nível médio, em alerta laranja, dentro da normalidade. Incidentes de trânsito, crime organizado e organizações terroristas têm nível baixo de ameaça, representado pela cor verde. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito Siqueira, disse que foram feitas análises sobre o tema com um ano de antecedência.
Agência Brasil