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Venezuela pode fazer parte do Mercosul

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu  no Senado, a aprovação do Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul. Em audiência pública, na Comissão de Relações Exteriores, Amorim apresentou dados sobre a balança comercial entre o Brasil e a Venezuela e se empenhou em demonstrar como a entrada do país vizinho no Bloco pode ser vantajosa. Segundo ele, a Venezuela é o país com o qual nós temos maior superávit nas relações comerciais individuais – US$ 4,5 bilhões no ano passado.

As principais resistências entre os senadores foram feitas pelo presidente da comissão, Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e pelos senadores Arthur Virgílio Neto (AM) e de Tasso Jereissati (CE), ambos do PSDB. Os três demonstraram preocupação com o perfil polêmico do presidente Hugo Chávez e com o fato de as decisões do bloco dependerem de unanimidade entre os países, o que poderia dar chance a Chávez de vetar possíveis acordos com potências econômicas, como a União Européia e os Estados Unidos.

Ao responder a essas perguntas, Celso Amorim disse que não acredita que essas relações possam ser prejudicadas. “O destaque do Brasil lá fora tem a ver também com a nossa capacidade de lidar com os problemas sul-americanos. O Brasil só tem se destacado no mundo porque temos uma excelente política exterior na América do Sul”, afirmou o chanceler brasileiro. 

Amorim defendeu ainda que, apesar do estilo controverso do presidente venezuelano, “os interesses brasileiros têm sido muito bem tratados” por ele. O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, também esteve presente na audiência e ressaltou a importância da Venezuela na balança comercial do estado.

Segundo ele, a Venezuela tem importância tanto no comércio quanto no turismo, e a entrada do país no bloco pode ser uma forma de também incluir a Região Norte do Brasil. “Nós não estamos discutindo aqui estilos de governo e sim o momento no qual o mundo vive. É importantíssima a entrada da Venezuela no Mercosul. Acho que existe uma pré-disposição aqui no Senado de aprovar essa entrada”, completou o governador.

Assim como ele, o presidente da Federação de Câmaras de Comércio entre Brasil e Venezuela, José Francisco Marcondes Neto, também defendeu a entrada do país no bloco, alegando que o estilo polêmico de Hugo Chávez não será prejudicial. “Esse trabalho de integração da Venezuela com o Mercosul é um trabalho para os próximos séculos. Não para o presidente Chávez nem para o presidente Lula”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil