O Governo do Estado tem uma meta ambiciosa: quadruplicar nos próximos anos o número de visitantes nos parques estaduais, hoje estimado em cerca de 200 mil por ano. Entre as medidas que concorrem para alcançar o objetivo, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apresentou e conseguiu aprovar junto à Câmara de Compensação Ambiental, presidida pelo secretário do Ambiente, Carlos Minc, a contratação de uma consultoria para estudar as potencialidades de uso público de todos os 11 parques estaduais e criar um plano de negócios para cada um deles. A câmara decide a aplicação de recursos de compensações provenientes de empreendimentos de significativo impacto ambiental.
– O objetivo é implantar os parques estaduais o mais rapidamente possível, garantindo mais segurança e inúmeros atrativos. Não basta criar parques. É preciso dar estrutura para estimular a visitação. Não queremos parques-fortalezas. Queremos parques cada vez mais frequentados e seguros e que dêem como retorno mais empregos verdes – conceituou Minc.
Segundo o subsecretário do Ambiente, Luiz Firmino Martins, o estudo vai identificar as potencialidades de visitação dos parques de acordo com os diferentes perfis de usuários e as possibilidades de geração de recursos associada a esta visitação por meio de concessões, permissões e autorizações de uso. A idéia é adequar e estruturar cada unidade de acordo com suas grandes vocações de uso, como, por exemplo, arvorismo, escaladas, caminhadas, passeios de barco, entre outras atividades.
– O plano é mesmo tirar os parques do papel – sintetizou Firmino Martins.
Além deste estudo, o Inea conseguiu a liberação pela Câmara de Compensação Ambiental de R$ 1,9 milhão para a criação de um plano de manejo no Parque Estadual da Costa do Sol, criado em abril e que ocupa uma área na Região dos Lagos em torno de 100 milhões de metros quadrados, entre Saquarema e Búzios. Em fase de licitação, o plano consiste num aprofundado estudo multidisciplinar, segundo o diretor de Biodiversidade e Conservação do Inea, André Ilha.
– Será feito o zoneamento ambiental da área do parque, estabelecendo locais que admitem visitação mais ou menos intensa e definindo que tipo de estrutura deverá ser implantada para conciliar a visitação com o objetivo maior de preservação da fauna e da flora locais – detalhou Ilha.
Além do plano de manejo, os recursos serão usados na compra de veículos de fiscalização e em equipamentos diversos; na identificação de áreas que necessitem ser cercadas; na erradicação das casuarinas, árvores invasoras, de origem australiana, que estão matando com as espécies nativas de Saquarema e de Arraial do Cabo; e no reconhecimento fundiário da unidade de conservação, entre outros itens. Também serão abertos centros de visitação. Os primeiros ficarão nas dunas de Cabo Frio, no Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, e na Ponta das Coroinhas, em Araruama.
– Ainda este mês, o parque começará a ser sinalizado e vão para lá os primeiros guarda-parques admitidos por concurso público que estamos realizando. Eles vão fazer prioritariamente a vigilância nas áreas ameaçadas de invasão – adiantou o subsecretário Firmino Martins.
Em parceria com a Prefeitura de Cabo Frio e com o Batalhão Florestal da Polícia Militar, o Inea começará na semana que vem pela Praia das Conchas uma série de ações disciplinadoras ao uso de áreas do parque. As ações visam impedir que flanelinhas mais uma vez destruam a vegetação nativa com a expansão irregular de áreas de estacionamento de carros. O local ainda é ameaçado por invasões e por uso irregular como pastos.
Fonte: Assessoria