O governador Sérgio Cabral participa, neste momento, da solenidade de início das obras de construção do Centro Cultural João Nogueira, onde funcionava o antigo cinema Imperator, no Méier, que, posteriormente, foi transformado em casa de espetáculos já desativada. O terreno foi cedido pelo Estado à Prefeitura do Rio, que vai investir R$ 21 milhões nas obras de reforma do espaço, previstas para serem concluídas em 2012.
O Centro Cultural vai reunir três cinemas, teatro com capacidade para 850 pessoas, restaurante, sala de exposições, livraria, café, restaurante, bistrô e uma área verde de 1.200 metros quadrados, beneficiando a população da Zona Norte que ainda não contava com um espaço cultural nesses moldes.
É o que atesta o morador e presidente da cooperativa de táxi Chave de Ouro, Jorge Luiz Nunes, morador do Méier há 30 anos. Ele acredita que a abertura do centro cultural vai ser muito boa para o seu trabalho, pois prevê um aumento considerável no número de passageiros.
– É o tipo de coisa que o bairro andava precisando. O Méier não tem cinema perto, o mais próximo fica no Norte Shopping – disse o taxista.
Segundo ele, o terreno do antigo Iperator, que agora será transformado em Centro Cultural João Nogueira em homenagem ao sambista, célebre morador da região, fica muito bem localizado, com uma área boa de estacionamento para quem prefere sair com seu próprio carro.
História
O cinema Imperator foi aberto em 1954. Com 2.400 lugares, era considerada a maior sala de cinema da América Latina e marcou toda uma geração de espectadores. Até o princípio da década de 80, o Imperator teve uma frequência de público bastante generosa, com extensas filas na galeria de acesso à sala (hoje ocupada por uma feira de artesanato).
Com o surgimento de grandes shoppings centers, o Imperator entrou numa fase de decadência, na qual o esvaziamento de público resultou em significativos prejuízos, que obrigaram ao encerramento de suas atividades em 1986.
Em 1991 o local foi reaberto como casa de espetáculos tendo o seu nome preservado. O show de estreia foi com a cantora Shirley MacLaine. Outros astros internacionais se apresentaram no local como Tina Turner, Bob Dylan, Stevie B, Information Society e Beastie Boys. Artistas nacionais também marcaram presença no palco do Imperator: Tom Jobim, Caetano Veloso, Engenheiros do Hawaii Gal Costa, Xuxa, Tim Maia, Lulu Santos, Barão Vermelho e Fafá de Belém.
No ano de 1995, o Imperator foi novamente fechado. Esse novo encerramento das atividades fez nascer o temor de que o local se transformasse em uma igreja evangélica, tal como ocorreu com muitos outros cinemas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, porém, a casa reabriu com o show de Roberto Carlos. Os mais de dois mil ingressos postos a venda se esgotaram rapidamente.
O espetáculo do Rei, no enanto, não foi capaz de contornar novos sinais de prejuízo. A casa começou a ceder espaço para a realização de matinês comandadas por DJs do mundo funk carioca. Com a lucratividade cada vez mais escassa, o Imperator fechou novamente as suas portas.
Fonte: Governo do Rio