Início Plantão Brasil Produtores rurais conquistam mercado com associativismo

Produtores rurais conquistam mercado com associativismo

Pequenas propriedades rurais situadas no litoral sul de Santa Catarina encontraram na parceria um caminho para o crescimento. A Associação de Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), que engloba 380 famílias, participa da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fenafra) Brasil Rural Contemporâneo com uma bela história para contar. A oitava edição do evento acontece na Marina da Glória, zona sul do Rio de Janeiro.

 

 

Criada em 1996, a Agreco começou a otimizar, há cerca de três anos, o uso das agroindústrias familiares de mel, geleia, açúcar mascavo e queijo a fim de diminuir a capacidade ociosa. Para isso, a produção de cada empreendimento passou a ser mapeada, com a identificação das atividades mais adequadas para dividir o espaço de beneficiamento. A nova estratégia também incluiu a certificação orgânica, o aumento do número de associados para o fornecimento de matéria-prima de qualidade e a criação de roteiros de turismo rural.

 

A iniciativa rendeu mais do que o esperado. No período de três anos, o faturamento passou de R$ 1,8 milhão para R$ 4,5 milhões por ano. O papel do Sebrae em Santa Catarina é reconhecido na construção dessa trajetória. “A partir da capacitação que recebemos é que começamos a nos organizar. Contamos com a ajuda de muitos parceiros e o Sebrae teve um dos papéis mais significativos”, afirma o coordenador-geral da Agreco, Volnei Luiz Heidemann.

 

 

Pelo trabalho sólido e inovador, a Agreco é um dos 27 grupos produtivos brasileiros selecionados pelo Sebrae por meio do Comércio Brasil, iniciativa que abre canais de comercialização para pequenos negócios, e o Programa Sebrae 2014, que orienta micro e pequenas empresas (MPE) a aproveitarem as oportunidades geradas pela Copa do Mundo da FIFA 2014. Na feira, esses grupos estão reunidos no espaço Talentos do Brasil, estande do Sebrae e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) voltado para a negociação direta com empresários.

 

 

O Empório do Cerrado participa do evento com a mesma credencial de sucesso. Essa é a marca usada por mais de 2,6 mil integrantes da Cooperativa do Cerrado (Coopecerrado), criada em 2000. Na época, 60 famílias produtoras de comunidades próximas a Goiânia (GO) viviam da extração do baru. O problema é que a árvore tem um ciclo de três anos, quando acontece uma supersafra. No período intermediário, o número de castanhas diminui. Com isso, os produtores viviam em situação de penúria. Para manter uma safra mínima e estoque regular, eles passaram a identificar outros produtores do cerrado nos estados de Mato Grosso, Tocantins, Bahia e Minas Gerais.

 

 

“Com a criação de uma rede de fornecedores, passamos a ter um abastecimento regular. Cada um continua com a atividade que já desenvolvia, mas o baru, que para muitos não tinha qualquer uso, passou a ser visto como uma fonte de renda. Produzimos 300 sacos de 40 kg por ano. Temos produtos como cookies, biscoitos e farinha. Mais de 80% da produção é usada na merenda escolar e o restante negociamos com lojas de produtos naturais e supermercados de Goiás, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Temos a expectativa de aumentar nossos negócios. O Sebre tem uma marca respeitada e fazer parte dessa iniciativa pode nos ajudar a expandir o mercado para os nossos produtos”, avalia o gerente da Coopecerrado, Flávio Cardoso de Oliveira.

 

Agência Brasil