As cidades de Porto Real, Quissamã e São João da Barra apareceram entre os dez maiores PIBs per capita do Brasil, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles ficaram em 6º, 7º e 8º lugares da lista, respectivamente. O indicador compara o conjunto de bens e serviços de cada município dividido pelo número de habitantes. A capital do estado também ficou bem colocada. O Rio tem o quarto maior PIB per capita entre as capitais do país, com ganho de R$ 32.940.
Com quase 17 mil habitantes, Porto Real vem colhendo frutos por abrigar uma empresa do setor automotivo, a Peugeot Citroen. O maior PIB per capita do estado do Rio é de R$ 217.465,66. Com a alta atividade industrial, entre 2007 e 2012, a arrecadação do ICMS da cidade saltou 132% para R$ 151 milhões. Em valores per capita, é a maior arrecadação no estado, com R$ 8,8 mil no ano de 2012.
Com os números do produto interno bruto em alta, sobram benefícios para a população de Porto Real. O primeiro deles é a geração de empregos. Só a Peugeot é responsável pela contratação de três mil trabalhadores e ainda há a previsão da abertura de mais vagas com a chegada de outras montadoras (Nissan e Jaguar Land Rover) para a vizinha Resende, o que deve movimentar o parque de fornecedores locais. O destaque também vai para a educação. Porto Real é a cidade que mais investe na área. Em 2012 foram R$ 11,3 mil investidos em cada estudante, enquanto a média entre os outros municípios fluminenses foi no mesmo ano de R$ 4,9 mil. Já na saúde, Porto Real colocou no sistema em 2012 R$ 2,9 mil por pessoa, enquanto a média das demais cidades é de R$ 571. Os dados são do anuário Finanças dos Municípios Fluminenses, lançado em dezembro pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Quissamã deve boa parte da sua renda, de R$ 193.740,96 per capita, à exploração de petróleo na cidade. O município está entre os 10 maiores arrecadadores de royalties no País, mas tenta diminuir a sua dependência direta do ouro negro com a construção do Complexo Logístico e Industrial Farol/Barra do Furado. Em 18 meses, o investimento de R$ 175 milhões deve começar a gerar frutos. O Governo do Estado contribuiu com R$ 20 milhões, a Prefeitura de Quissamã deu o aporte de R$ 32 milhões, a Prefeitura de Campos entrou com R$ 73,5 milhões e o Governo Federal deu R$ 50 milhões por meio do PAC II. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, o desenvolvimento desse empreendimento vai gerar ainda mais empregos e melhorar a qualidade de vida da população. Os estaleiros STX Europe, EISA e Alusa Galvão pretendem se instalar no local.
– A previsão é que cerca de 15 mil empregos serão criados com a inauguração do complexo, que está localizado a 60 quilômetros da Bacia de Campos – disse Julio Bueno, acrescentando que a atração de novos investimentos fez com que a cidade dobrasse a arrecadação de ICMS entre 2007 e 2012. Já a receita corente per capita foi em 2012 a segunda maior do Estado (R$ 4,5 milhões).
Município que abriga o Porto do Açu, São João da Barra ficou em 8º lugar na lista dos dez maiores PIB per capita do Brasil, com R$ 179.908,25. A cidade, que hoje é o quinto maior arrecadador de royalties com um volume que passou de R$ 60 milhões em 2007 para R$ 232 milhões em 2012, vem recebendo uma nova onda de investimentos por causa do porto. Estão sendo empregados R$ 3,8 bilhões apenas na infraestrutura do Porto do Açu. Os royalties ainda representam parte importante da arrecadação do município (65%). Porém, tem sido crescente participação do ISS na receita do município, o que denota forte atividade de construção civil na cidade por conta dos empreendimentos que estão se instalando no porto. Embora ainda pequena, a arrecadação de ISS cresceu quase vinte vezes nos últimos seis anos, passando de R$ 1,6 milhão para R$ 33 milhões. Já o ICMS teve aumento de 65% no mesmo período e a previsão é que São João da Barra seja uma das cidades com maior crescimento nos próximos anos, estimulado pelas empresas que começarão a operar.
Entre os principais empreendimentos já anunciados para começarem a operar na retroárea do porto (administrada pela Codin) está o minerioduto da Anglo American, que vai trazer o minério de ferro de Minas Gerais para ser exportado pelo porto. O investimento é de R$ 10 bilhões, com previsão de operação no segundo semestre de 2014. As empresas Technip, NOV, Wartsila e Intermoor – todos ligadas à cadeia do petróleo – estão construindo unidades na retroárea do porto, todas com previsão de começarem a operar entre 2014 e 2015. Juntos, os empreendimentos somam R$ 1,85 bilhão. São João da Barra teve também crescimento de 208% na receita corrente, atingindo um valor per capita de R$ 10,6 mil em 2012.
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